quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

TERCEIRO DIA - SERRA DO CORVO BRANCO - 01/11/2015

Hoje acordamos com o tempo fechado e garoando. A parte mais divertida foi ficar judiando do Rodney, 'speedeiro' que veio nesta viagem para deixar sua esposa (Nivea) feliz. Ele detesta sujar a bike e todos sabem que hoje certamente pegaremos um 'barrinho'. Mas... com esta garoa, pode piorar um pouquinho, hehe. 

Tomamos nosso café, ajeitamos as coisa no busão, visto que ele irá nos pegar a 97 km daqui, e partimos rumo a Serra do Corvo Branco. 


Segue um pequeno resumo do que é a Serra do Corvo Branco, que faremos daqui a pouco:


SERRA DO CORVO BRANCO


A estrada que liga as cidade de Urubici e Grão Pará, por cerca de 57 Km, neste momento encontra-se 'interditada' para o trânsito de veículos devido às obras, o que a faz ser muito mais interessante para a prática de treekking e bike. A diferença de altitude é de 805 metros e sua altitude máxima é de 1.740m. Suas características é a grande inclinação, muitas curvas e uma parte que não é asfaltada (uns 5 km) ou bastante esburacada. Mas nada tira a grande beleza natural, por ali.  


História da Serra do Corvo Branco

A Serra do Corvo Branco foi a primeira a ligar o litoral a serra catarinense. Sua formação rochosa, remonta mais de 160 milhões de anos. 


O percurso com fortes subidas e curvas fechadas, ora junto dos precipícios, ora passando entre fendas de até 90 metros de altura escavadas nas rochas, é de uma obra de engenharia invejável, que deve mérito ao ex-prefeito da cidade de Urubici, Natal Zilli (1969).



Este foi o maior corte em Rocha Arenítica, no Brasil (90 metros de altura). Aqui é possível visualizar e sentir o fenômeno Aquífero Guarani, pois você está dentro dele. 

O que achei interessante, sobre a construção dessa estrada, é que muitos tinham opinião pessimista sobre sua execução. Para tratar que ela realmente acontecesse, o ex-prefeito Zilli empenhou-se pessoalmente em trabalhar como operário nesta obra, executando o trabalho de prefeito apenas no expediente da tarde. 

A estrada virou realidade e suas atrações, além de apreciar a Serra Geral, é adentrar por meio da 'garganta', onde a estrada passa no meio da fenda de rocha arenítica. 

O nome da estrada se deve a uma ave conhecida como urubu-rei, de plumagem branca, apelidada erroneamente de 'corvo' branco. Apesar desta ave ter poucos predadores naturais, devido a sua baixa reprodutividade e a degradação de seu habitat, é uma espécie cada vez mais rara de se ver. 



Nossa Experiência

Partimos todos juntos, seguindo as sinalizações, e assim permanecemos por alguns quilômetros. Apesar do tempo fechado, conseguimos fazer algumas fotos. 








O que dificultou um pouco mais é que, além da garoa, estava bem frio (creio que algo em torno de 15º C). Quando entramos na estrada de terra, que leva até a entrada da Serra, passaram por nós algumas motos, quadriciclos e jeep. Infelizmente, devido a neblina, não nos foi possível perceber a grandiosa beleza do aquífero e, devido ao frio, não podíamos ficar muito tempo parado para não esfriar. 


Demos uns pulinhos, para não esfriar rsrs


E começamos o acentuado declive. 









Mais ou menos no km 30, deu-se início a um barro indescritível. Nunca havia pego tanta lama na vida. A maioria de nós caiu em algum momento. Foram uns 6 km deste jeito. 




Olha a carinha 'feliz' do Rodney (speedeiro). 



Como nosso habilidoso guia sabia que podíamos ter este imprevisto, já havia deixado 'reservado' o banho nas bikes. 






O maior drama foi seguir por mais 65 km. As bikes precisavam no mínimo de uma revisão, rs. A maioria de nós não tinha trazido óleo de corrente (leve sempre). Isso dificultou um pouco... mas nada que nos impedisse! 

Vez por outra, víamos um cachorrinho e eu quase morria de pena deles, neste frio e chuva...  


A garoa, neblina e frio nos fez companhia por praticamente todo o dia, por isso, não tenho muitas fotos. No entanto, o trecho até Anitápolis é deslumbrante, digno de uma cicloviagem por aqui! 

Concluir os 97 km foi bem desafiador. Lembro-me que os últimos 15 km, achei que não conseguiria. Começou a escurecer e nossas lanternas tinham ficado no carro de apoio, que estava a quilômetros atrás de nós. Por isso, decidimos abaixar a cabeça e dar o nosso melhor, que no momento, não era mais que 10 km/h. Não consegui mapear o caminho, pois a bateria do celular acabou. Chegamos umas 19h no ônibus. Do último trecho, temos apenas uma foto: 


Mas quero dizer que, apesar de todos os percalços, nosso guia foi simplesmente THE BEST! Preocupou-se com todos, o tempo todo, indo para trás, esperando a todos. Ele também deixou-nos contratado um banho quente em uma pousada, ao lado do ônibus e restaurante que jantamos antes de partir. Lembro-me que não via a hora de chegar e tomar este banho. Depois de um dia de pedal difícil, física e psicologicamente, do frio e chuva que pegamos... chegar, tomar um banho, colocar uma roupa quentinha, jantar regado a um bom vinho, com ótimas companhias... só poderia ser um final perfeito!


Logo após o jantar, entramos no ônibus e todos (inclusive a Glorinha) desmaiaram. Como num passe de mágica, acordamos praticamente em casa. 

E o que ficou de tudo isso? Saudades... e a certeza que aproveitamos cada minuto, da melhor forma que nos foi possível.

Obrigada galera!

Obrigada Jessie!

Obrigada vida...

Segue o vídeo da viagem




Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_do_Corvo_Branco
http://www.oswaldobuzzo.com.br/Home/serras-catarinenes/03o-dia---descida-da-serra-do-corvo-branco

2 comentários:

  1. Que máximo essa ciclo! Pena que ficou nublado no último dia...Mas amei as fotos e o relato. Só aguça ainda mais minha vontade de fazer essa cicloviagem. Sou grata por deixar registrado suas experiencias e outras informações tão importantes para aqueles que, como eu, estão se preparando para viver esse momento com toda a intensidade que ele merece.

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  2. Daqui a pouquinho você estará voando muito mais alto que eu... tenho certeza disso!

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